O Sátiro

Bem vinde!

Comecei a escrever esse blog em 2012 como forma de expressar minhas ideias e vivencias e até fazer algumas reflexões, costumo refletir melhor sobre as coisas quando escrevo sobre elas. Com o tempo fui adicionando e excluindo textos nesse espaço, momentos de revolta naturais... os motivos foram vários e validos dentro do que sentia na hora. Pretendo reescrever cada um em outro momento.

Então o que é esse blog hoje? Continua sendo uma forma de partilhar minhas ideias e vivências, buscarei fazer isso de forma sensata, mas sem perder meu doce ar de sarcasmo tão conhecido (e às vezes odiado) por aqueles que me são caros!

Sou um ser bem diverso e você pode encontrar um pouco disso por aqui. Buscarei manter minha prática de bruxaria diânica como foco, mas muitos outros temas podem ser abordadas. Uma olhadinha na “Estante do Sátiro”.

Agora vamos a uma apresentação mais pessoal:

Prazer sou Reginaldo Gonçalves e com toda certeza você também me conhece por algum outro nome. O outro mais conhecido é Cedric Lytérios Soteira, bruxo e sacerdote. Minha historia em religiões da terra começa muito antes da bruxaria, quando criança ouvia as historias sobre a magia e resistência de minha família materna e às vezes também a paterna. Mãe evangélica e pai católico, mas as historias de minha família fora desse meio cristão sempre me motivaram mais. Vó cartomante, tia umbandista e benzedeira, tia do candomblé, avô circense e depois caminhoneiro... como uma boa família nordestina, as coisas nesse clã sempre foram muito diversas e agitadas.

Juro que tentei ser um jovem da igreja, só que aquilo não mexia comigo. Eu queria emoção, interação, fazer parte de grandes coisas, viajar e desbravar mistérios. Meus pais eram muito controladores, por boas questões mas ainda sim controladores, e eu necessitava respirar. Sonhar com as historias da família e com as coisas incríveis que lia nos livros. Eu queria me aventurar como a Xena (olha a criança viada), curtir carnaval, me conhecer e desafiar.

Demorou pra fazer essas coisas, ou melhor, ter essas sensações, mas eu as vivi. Os livros sempre foram meus melhores amigos, fui malandro e passei por uns apuros... mas curti bastante. Conheci o candomblé e me reconectei comigo mesmo, com minha ancestralidade e descobri uma força e potencial que não acreditava ter. A primeira vez quem que fui numa parada do orgulho, fiquei encantado e ali entendi que o que eu sentia era valido e muito importante, eu não tinha que me esconder e sim tinha muito do que me orgulhar. Conheci a o esoterismo, a cabala e então a bruxaria.

Na bruxaria eu sorri muito, mas precisei chorar horrores. Certeza que a criança que ansiava por desafios, jamais considerou como estes seriam. Cheguei na bruxaria aos 18 anos, depois de uma desilusão com pessoas no candomblé e por ter perdido um serzinho que poderia ter sido minha primeira criança. Na bruxaria terminei de me destruir, mas então novamente me reencontrei e como sabiamente disse Robert Graves “ Embora ela ame apenas para destruir, a Deusa destrói apenas para ressuscitar”.

Foram lições difíceis, mas tive a sorte de encontrar um clã que não apenas me desafiou, mas muitas vezes me consolou, orientou, abraçou e seguiu parte de uma jornada difícil comigo.

Aprendi sobre liberdade, disciplina, autorrespeito, validação da subjetividade, aprendi magia, aprendi a viver coletivamente. Fiz as pazes comigo mesmo, com meus ancestrais e com o candomblé, onde conheci a Deusa e seu amor pela primeira vez.

Vivi boa parte do que imaginei como criança, a maioria delas não da mesma forma, mas eu vivi. E viveria de novo se preciso fosse. Hoje entendo um pouco mais sobre os ciclos, ainda tenho vários problemas e dificuldades, mas aprendi a usar minha magia pra que essas coisas cheguem a mim com menos intensidade.

Em 2019 encontrei o amor da minha vida, e desde então ela esta em meus pensamentos todos os dias. Minha doce filhota Selene, meu bem maior, meu brilho mais intenso de amor. Nunca vou esquecer o que senti quando a peguei pela primeira vez nos braços, aquele sentimento, aquele cheiro de neném, o coraçãozinho forte batendo e a mãozinha apertando meu dedão. Naquele dia descobri uma nova, única e indescritível forma de amor.

Gosto de intensidades, de saber que a mudança é minha única certeza, mesmo que eu ainda seja um pouco resistente a depender da forma com que essa mudança chegue. Gosto de gente, da balburdia, de sair pra dançar, beber e curtir com amigos. Gosto de um chamego, um dengo, de uma vibe mais caseira e regada a vinho. A musica me acompanham desde de sempre, sou desses que tem trilha sonora pra cada momento importante.

Isso é parte de quem sou, de como sinto e vivo a vida. Sou chato é importante ressaltar, mas quando conquistam minha confiança me entrego sem pensar. Então saiba, alguns textos aqui serão históricos, acadêmicos, falarão sobre o que acredito e sobre o que defendo. Mas não encare essas leituras como o que sou, mas sim como parte do que fui, do que posso ter me tornando por um instante. Uma parte importante, mas que não defini em plenitude quem sou enquanto você lê essas linhas. Quer saber quem sou agora? Olha minhas redes e me chama pra um papo, um café ou um role no parque.

Tô sempre por ai, não é difícil me encontrar. Então, até lá!

Beijos e Bênçãos,

Cedric Lytêrios Soteira | Reginaldo Gonçalves | Feiticeiro Púrpura | Bissexual Sarcástico | Sátiro Debochado | Pai Encantado | Candomblecista Apaixonado!

* Ultima atualização de "O Sátiro": 18/06/2021.